Durante nove meses levantou-se às 5 da manhã todas as 6ªfeiras, viajava da Marinha Grande até Lisboa para fazer o curso de Modelagem. A Beatriz Bárbara herdou da mãe o gosto por mandar fazer a roupa à (sua) medida. Considerava as modistas uma magas e estava longe de imaginar que um ano depois de concluir a formação abriria o seu atelier para receber as suas clientes. Licenciou-se em Comunicação e Multimédia, mas descobriu na Modelagem o truque para fazer magia com qualquer tecido, em qualquer corpo.
01. Por que escolheste a LSD e o curso de Modelagem?
Comecei por fazer cursos online onde aprendi parte do que precisava. Mas eu queria e precisava de ter feedback, apoio imediato ao montar uma peça, saber a ordem de montagem dos componentes que influencia o resultado final. No fundo, fui à procura do rigor.
Procurei, então, várias escolas para aulas presenciais e encontrei LSD. Achei logo a comunicação no site muito séria e sólida. Liguei, expus os meus objetivos, estava indecisa entre Design de Moda e Modelagem. E Inscrevi-me de imediato após o telefonema. Foi no início de 2022 e o curso só começava no dia 30 de setembro.
Depois fui visitar a escola e pedi para assistir a uma aula. Foi um teste para apurar o tempo de viagem de Expresso da Marinha Grande até Lisboa. Conversei com a formadora, com as alunas e validei a minha decisão.
“Fui um rato de atelier, dediquei-me muito fora da escola a aplicar a metodologia do curso, que qualitativamente merece nota máxima. ”
02. Como foi a tua experiência no curso? Partilha um momento marcante.
Foi a melhor possível. O nível do meu compromisso e da minha dedicação refletiam-se na vontade de todas as 6ªf me levantar às 5 da manhã rumo a Lisboa; era a primeira a chegar à escola, de trolley cheio, e só chegava a casa às 22h.
Um dos momentos mais marcantes do curso foi ter festejado os meus 28 anos na sala/atelier da LSD, porque coincidiu com uma 6ª feira. Seria impensável faltar à aula. A turma cantou-me os parabéns e uma colega surpreendeu-me com bolachinhas. Na véspera tinha concluído o exercício da saia de pregas e estava tão contente porque tinha cosido o fecho invisível numa prega. A mim dizia-me muito!
Destaco outro grande momento durante a viagem que fizemos a Paris, por sugestão da formadora, para visitar a Premier Vision, uma feira de fornecedores; fomos visitar o Museu Dior e o Museu Yves Saint Laurent, num tempo livre, e fiquei impressionada com um blazer exposto. Aquilo não era apenas uma peça de vestuário.
Durante o curso de Modelagem fui um rato de atelier, dediquei-me muito fora da escola a aplicar a metodologia do curso, que qualitativamente merece nota máxima. Bebemos na fonte, mas importa fazer trabalho em casa. Embora tenha sentido alguma falta de acompanhamento. A eterna busca do rigor norteou-me sempre, sustentou a minha resiliência.
“O curso de Modelagem foi a melhor decisão profissional que tomei na vida.”
03. O que mudou na tua vida? O que estás a fazer atualmente?
O curso de Modelagem foi imprescindível para pôr a ambição de ser modista no patamar que desejava: rigor. Foi mesmo a melhor decisão que tomei na vida. Garantidamente se não fosse o curso na LSD, não estaria onde estou hoje (após 2 anos), com o meu negócio próprio, numa loja de rua na Marinha Grande, onde recebo as minhas clientes. O curso foi, sem dúvida, a semente que tenho vindo a regar.
Tenho o privilégio de ter como parceira do meu negócio a Tânia Matos, da Planeta dos Tecidos, que foi minha colega no curso de Modelagem. Além da amizade e cumplicidade, mantemos o networking até hoje.
A Modelagem é como ver o truque de magia e depois descobrir como se faz o truque. Assumo que tenho vaidade deste conhecimento e quero partilhá-lo. O meu objetivo de vida é desmistificar que os trapos são um assunto muito sério. Gostava que toda a gente soubesse o valor que está por detrás de uma peça de roupa. Porque na verdade as minhas clientes não vêm “só” à procura de um vestido; procuram exclusividade e na encomenda sob medida o processo está diretamente ligado a enaltecer a silhueta. Ou seja, as mulheres procuram um sentimento. Uma peça de roupa só sai do meu atelier quando eu e a cliente estamos ambas satisfeitas. Mantenho a inquietação de querer fazer e entregar o meu melhor. Com todo o rigor.
“Recordo que é o curso certo para quem procura rigor e isto exige trabalho.”
04. Que conselho darias a quem pretenda inscrever-se num curso da LSD?
Recomendo que se preparem bem. Recordo que é o curso certo para quem procura rigor e isto exige trabalho. Por exemplo, fizemos um blaser com 43 moldes! Mas não se assustem, eu esfregava sempre as mãos à complexidade de tudo o que a formadora nos apresentava. Aprendi muita coisa sozinha, mas foi importante lidar com alguma frustração. Aliás, uma das estratégias que adotei sempre e que me tem salvo é encarar as adversidades como uma aprendizagem.
Conhece mais sobre o trabalho da Beatriz Bárbara em @beatrizbarbara.modista.